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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Traição imunológica


Na primeira fase da malária, quando o parasita infecta células do fígado, o sistema imune do hospedeiro poderia atacar e destruir o invasor. Mas uma proteína com atividade antiinflamatória, presente no próprio corpo da vítima, tem um papel crucial na infecção hepática: ela modula a resposta inflamatória e ajuda a proteger as células infectadas.
O mecanismo foi demonstrado em modelos animais por um grupo internacional de pesquisadores, com participação brasileira. O estudo, publicado nesta quarta-feira (14/5), é matéria de capa da revista Cell & Host Microbe.


A autora principal do artigo é Sabrina Epiphanio, que acaba de concluir pós-doutorado no Instituto de Medicina Molecular (IMM), ligado à Universidade de Lisboa, e no Instituto Gulbenkian de Ciência, ambos em Portugal. Além das instituições portuguesas, o estudo teve contribuição de centros de pesquisas nos Estados Unidos e na Alemanha.
Segundo Sabrina, veterinária graduada pela Universidade Estadual Paulista com mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo, o estudo mostrou que a proteína conhecida como hemeoxigenase-1 (HO-1), que tem diversas funções fisiológicas no corpo, possui também papel central na fase hepática da malária.


“Apesar de ser assintomática, essa etapa inicial da doença é importante e precisa ser bem conhecida, uma vez que a carga parasitária no fígado pode influenciar a severidade da doença na fase seguinte”, disse à Agência FAPESP.


Sabrina, que está em Portugal desde 2003, explica que a malária começa quando a fêmea do mosquito Anopheles injeta no hospedeiro os esporozoítos do Plasmodium. Eles viajam então pelo sangue diretamente para o fígado, onde infectam os hepatócitos – células responsáveis pelas funções biológicas do órgão.


A indução da expressão da HO-1 é crucial para que a infecção hepática ocorra. Por outro lado, a depleção da proteína leva a uma redução da carga parasitária no fígado quando os camundongos são infectados com doses experimentais de esporozoítos – a forma inicial do parasita.
“Embora o parasita estimule a inflamação, ele também induz a expressão da proteína HO-1, modulando a resposta inflamatória do hospedeiro, protegendo a célula hepática infectada contra a ação do sistema imune e, conseqüentemente, promovendo o estágio hepático da infecção”, apontou.


Utilizando a tecnologia de RNA de interferência (RNAi), os pesquisadores retiraram a proteína HO-1 do organismo de animais e os infectaram com baixas doses de esporozoítos, em situação próxima à fisiológica. Como resultado, os animais não se tornaram doentes.
“Quando eliminamos a proteína em animais e os infectamos com doses mais altas – como as que se usam habitualmente nos experimentos –, a carga parasitária tem uma redução de 70% no fígado. Sem a proteína, quando deixamos a infecção evoluir, os parasitas foram eliminados ainda na fase hepática, suprimindo a fase sangüínea da doença”, disse.


De acordo com Sabrina, o estudo poderá motivar trabalhos que levem ao desenvolvimento de aplicações voltadas ao combate da doença, já que existem drogas que inibem a expresão da enzima HO-1. “Mas isso ainda é algo distante, porque, quando falamos de sistema imune e de interações entre parasita e hospedeiro, estamos tratando de relações multifatoriais”, afirmou.


Efeito antiinflamatório


O grupo no qual atua a pesquisadora brasileira, coordenado por Maria Manuel Mota na Unidade de Malária do IMM, publicou em 1º de julho de 2007, na revista Nature Medicine, o artigo Heme oxygenase-1 and carbon monoxide suppress the pathogenesis of experimental cerebral malaria, sobre a fase sintomática da infecção e que sugere o monóxido de carbono como uma possível terapia para a inibição da doença.


Segundo Sabrina, o monóxido de carbono é um dos produtos da degradação do heme pela HO-1. O grupo mostrou que, quando os animais são tratados com esse produto, eles não morrem de malária cerebral. Um dos motivos para isso é também o efeito antiinflamatório da proteína”, disse.


“O efeito que mostramos agora é o reverso da medalha. Quando, na fase hepática, tratamos o animal com monóxido de carbono, a infecção aumenta, porque o monóxido de carbono mimetiza os efeitos da HO-1 e tem efeito antiinflamatório”, declarou.
O artigo Heme oxygenase-1 is an anti-inflammatory host factor that promotes murine plasmodium liver infection, de Sabrina Epiphanio e outros, pode ser lido por assinantes da Cell & Host Microbe em (http://www.cellhostandmicrobe.com/)

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?data[id_materia_boletim]=8838
Créditos: Agência FAPESP

Aminoácido utilizado por atletas pode ajudar no tratamento contra o câncer

A leucina já é conhecida dos atletas, que a ingerem como suplemento para estimular o aumento da massa muscular durante os exercícios físicos – eles tomam os famosos BCAAs. Trata-se de um aminoácido que, por causa desta propriedade, vem propiciando resultados promissores em experimentos no Instituto de Biologia (IB) da Unicamp, com o objetivo de reverter o processo de caquexia – grau extremo de enfraquecimento – que acomete pacientes com câncer submetidos a radio e quimioterapia.



Suplementação melhora qualidade de vida do paciente

A professora Maria Cristina Cintra Gomes-Marcondes, do Departamento de Fisiologia e Biofísica, realiza e orienta pesquisas com a leucina desde 1994, incluindo-a na suplementação nutricional para animais de laboratório. Mas foi a partir de 2003 que os resultados de seu trabalho começaram a ganhar repercussão nas revistas científicas.
A caquexia, que reduz a qualidade e a expectativa de vida do paciente com câncer, é marcada pelo emagrecimento acentuado, fraqueza, anemia e espoliação dos tecidos. Este quadro severo decorre não só da anorexia (redução da ingestão de alimentos), mas das alterações bioquímicas e homeostásicas associadas aos tratamentos clínicos, como quimioterápico, radioterápico e cirúrgico.


Maria Cristina explica que a leucina é um dos aminoácidos de cadeia ramificada e auxilia na sinalização celular, que estimula o processo de síntese de proteínas e diminui a degradação da massa muscular. “Nos ensaios avaliamos a resposta dos animais à suplementação, buscando, na analogia com os pacientes de câncer, uma futura aplicação clínica”.


Segundo a pesquisadora, os animais tratados com uma dieta rica em leucina apresentam grande melhora da síntese protéica e menor espoliação da massa corpórea. “Os resultados têm sido muito bons. O que procuramos é uma terapia coadjuvante, pois a nutrição é uma parceira importante do tratamento clínico”.


A suplementação nutricional, na opinião de Maria Cristina, permite melhorar a qualidade de vida e contribuir para aumentar a sobrevida de pacientes com câncer. “Na verdade, ela pode ser associada a quaisquer terapias convencionais, como no pós-cirúrgico. Por isso, investimos tanto nessas pesquisas”.



Os resultados – A docente do Instituto de Biologia informa que na musculatura esquelética, que é a mais espoliada em função da caquexia em câncer, a dieta rica em leucina trouxe um aumento significativo de 30% a 50% no processo de síntese protéica. Quanto à degradação da massa muscular, ela foi reduzida em até 30%. “Ainda não conseguimos minimizar toda a espoliação causada pelo crescimento do tumor”.


Na composição corpórea (proteínas, gordura e água), os animais hospedeiros chegam a perder 90% da massa gordurosa. Com a suplementação nutricional, ainda houve perda, mas de 50%. “Isso significa que a dieta assegura um estoque energético para a manutenção de funções importantes do organismo”, observa Maria Cristina Marcondes.


Também foram feitos alguns estudos associando a dieta rica em leucina com a vitamina C, em busca de uma resposta antioxidante, com grande melhora nutricional, que implica em aumento da sobrevida.


Outra avaliação foi a queda da glicemia – a concentração de açúcar no sangue –, mas a professora esclarece que o problema afeta os animais portadores, sendo a incidência insignificante em humanos. “A hipoglicemia pode levar ao coma, mas os hospedeiros que receberam a dieta preservaram a glicemia perto do nível de controle”.



Câncer e gravidez – Maria Cristina afirma que a incidência de gravidez no câncer é muito baixa, aqui e nos outros países, limitando-se à faixa de 0,01% a 0,03% da população em geral. “Mas considerando apenas as mulheres em idade reprodutiva no Brasil, estima-se que cerca de trezentas pacientes tenham câncer concomitante à gravidez”.


A pesquisadora atenta que este quadro exige maior cuidado no procedimento, pois se torna difícil diagnosticar a evolução do câncer adequadamente. “No estudo experimental, procuramos ver o que ocorre no organismo de uma fêmea prenhe e doente – nutrição, espoliação, alterações hormonais – e a resposta do feto a essas condições”.


O crescimento tumoral, explica Maria Cristina, exerce um efeito bastante deletério sobre a placenta, chegando a invalidar a prenhez. “A dieta rica em leucina reduz os processos hemorrágicos e estimula a multiplicação celular da placenta. Outra resposta interessante é que a degradação de proteína da musculatura fetal diminui, enquanto a síntese protéica fetal aumenta”.


A professora acrescenta que os fetos de fêmeas com câncer têm estresse oxidativo elevado, o que está associado com o aumento da espoliação da massa muscular. “A leucina tem melhorado ou impedido o estresse oxidativo, elevando as atividades das enzimas antioxidantes e até diminuindo a produção dos radicais livres”.



Exercício físico – Maria Cristina vem estudando os benefícios da natação em animais doentes, obtendo resultados semelhantes, mas com maior síntese de proteínas devido ao estímulo do exercício físico. “A natação melhora as condições de saúde do hospedeiro, mas esta melhora é bem mais acentuada com a associação da leucina”.


Numa comparação com os atletas, a professora explica que o exercício físico aumenta a massa muscular porque exerce um efeito trófico sobre a musculatura e esta, por sua vez, responde com um aumento da síntese protéica. “Para levantar um peso preciso de certa proporção de massa muscular. Com o estímulo dos exercícios, o atleta vai aumentando essa massa”.


O atleta inclui a leucina em seu suplemento nutricional porque ela estimula a síntese de proteínas, proporcionando um aumento de massa muscular ainda mais acentuado. O aminoácido puro, usado no laboratório de Maria Cristina Marcondes, é vendido aos atletas em farmácias de manipulação. Mas a leucina está presente em alimentos protéicos como carne, leite, queijo, verduras e leguminosas.


Sobre a prescrição da dieta a pacientes

A professora Maria Cristina Marcondes informa que o Instituto Americano de Nutrição (AIN – American Institute of Nutrition) tem se preocupado em elaborar dietas específicas para pacientes com câncer, associando aminoácidos de cadeia ramificada – leucina, isoleucina e valina – e também ácidos graxos essenciais. “Há muitos artigos publicados em outros países descrevendo experiências com nutrição parenteral e suplementação nutricional”.


A rigor, segundo a pesquisadora, não haveria impedimentos para se recorrer a uma dieta rica em leucina como terapia coadjuvante, mesmo porque o aminoácido é comercializado livremente em farmácias de manipulação. “Alguns pesquisadores estão fazendo esta indução em pacientes para auxiliar em outras terapias convencionais”.


Maria Cristina ressalta que a prescrição da dieta deve ser feita por um médico, nutrólogo ou nutricionista, que conhecem as necessidades do paciente. “Eu mesma não posso indicar, mas quando sou consultada por nutricionistas em congressos, coloco minha posição favorável”.


A pesquisadora esclarece que os experimentos com animais em laboratórios são importantes para se obter um padrão de procedimentos e um controle mais acurado em relação aos efeitos da dieta de leucina. “Nós também trabalhamos com cultura de células, para que possamos fazer analogias entre a experimentação in vitro (cultura) e a experimentação in vivo (animais experimentais) – embora às vezes com restrições, pois nas condições in vivo há vários fatores que influem modificando a resposta”.


A preocupação em seu laboratório, adianta Maria Cristina, têm sido agora com as novas associações da dieta rica em leucina a outras suplementações, como por exemplo, antioxidantes, a fim de alcançar resultados mais pontuais. “Na verdade, não buscamos a cura do câncer, mas a melhora da resposta do hospedeiro”.


Tecnicamente, no entanto, a professora assegura que sua equipe está preparada para colaborar em pesquisas com humanos, o que dependeria da participação de pesquisadores da área médica e de outro protocolo aprovado por um comitê de ética. “Em meu pós-doutorado na Inglaterra havia parceria com hospitais para avaliar a suplementação nutricional e a administração de determinados fármacos”.


Em conversas com docentes médicos no Brasil, Maria Cristina Marcondes tem observado uma boa receptividade em relação à dieta de leucina, o que abre espaços para a sua disseminação. “O professor Dan Waitzbert, gastroenterologista da USP com quem tenho boas relações, trabalha exatamente com pacientes de câncer e já tem investido em dietas”.

Fonte: UNICAMP
Acesso: http://www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/agosto2007/ju366pag08.html

domingo, 5 de julho de 2009

Vida de acadêmico...

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Três novas espécies de dinossauros são descobertas na Austrália

Arte mostra os três novos dinossauros: de cima para baixo, Banjo, Clancy e Matilde (Imagem: BBC Brasil)

BBC Brasil - 03/07/2009 08:41

Paleontólogos australianos anunciaram a descoberta de três espécies de dinossauros cujos fósseis foram escavados na chamada formação Winton, uma região rochosa do período Cretáceo localizada no Estado de Queensland, nordeste do país.


Uma das espécies, o carnívoro Australovenator wintonensis, foi descrita como um predador com três garras penetrantes em cada pata, maior e mais temeroso que o Velociraptor retratado no filme Jurassic Park.
Leve e ágil, este caçador era capaz de perseguir e alcançar facilmente sua presa em um terreno aberto, disseram os cientistas.

As outras duas espécies eram herbívoras: o Witonotitan wattsi era um animal magro e alto, semelhante a uma girafa, enquanto o Diamantinasaurus matildae tinha formas mais corpulentas, como um hipopótamo. Ambos eram titanossauros, as criaturas mais pesadas que já viveram na Terra.

Batizados em referência aos titãs da mitologia grega, foram um dos últimos saurópodes do período Cretáceo, cerca de 100 milhões de anos atrás.


Importância

Detalhes da descoberta foram publicados na revista científica de acesso aberto PLOS One por uma equipe de pesquisadores liderada pelo curador de Geociências do Museu de Queensland, Scott Hocknull, e colegas do Museu de História Natural da Austrália.

Os novos dinossauros foram apelidados pelos cientistas através de referências à canção Waltzing Matilda, uma espécie de ‘hino’ do folclore australiano, composta no final do século 19 pelo compositor Banjo Patterson na cidade de Winton.

Banjo (o Australovenator) e Matilda (o Diamantinasaurus) – possivelmente predador e presa – foram encontrados juntos em um lago de 98 milhões de anos, afirmaram os cientistas. O Witonotitan foi apelidado de Clancy.




Arte mostra os fósseis dos dinossauros encontrados (Imagem: BBC Brasil)



As novas espécies ficarão no Museu da Era dos Dinossauros Australiana, em Winton, que começará a ser construído nesta sexta-feira em Queensland, com expectativa de término em 2015. Segundo as autoridades australianas, a formação Winton já rendeu mais fósseis de dinossauros que o resto do país.


“O histórico de dinossauros da Austrália é excepcionalmente pobre comparado ao de outros continentes com tamanhos similares”, escreveram os autores.

“Uma melhor compreensão da história dos dinossauros na Austrália é crucial para entender a geografia paleontológica global do grupo dos dinossauros, incluindo de grupos que anteriormente se considerava terem origem em Gondwana (o supercontinente do hemisfério sul formado pela separação da Pangea), como os titanossauros e os carcarodontossauros.”

A imprensa australiana disse que o anúncio recoloca o país no mapa das descobertas de grandes dinossauros pela primeira vez desde 1981, ano em que foi anunciado o Muttaburrasaurus, um grande herbívoro quadrúpede capaz de se apoiar nas duas patas traseiras.


extraído da BBC - Brasil

sábado, 4 de julho de 2009

Dedos da evolução

Se as aves do presente são os dinossauros do passado, algumas dúvidas precisam ser esclarecidas. Uma delas diz respeito ao membro superior desses animais. Ou simplesmente: como os dedos dos dinossauros evoluíram para as asas das aves modernas? Os membros superiores, ou as “mãos” das aves atuais, são reduzidos e integrados às asas. Estima-se que eles derivem dos segundos, terceiros e quartos dedos de uma mão ancestral. Entretanto, os dinossauros terópodes, que viveram do Triássico Superior ao Cretáceo, tinham apenas três dedos.
Uma possível resposta para o problema acaba de ser dada por um dos mais bem-sucedidos “caçadores de dinossauros”, o paleontólogo Xing Xu, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia Vertebradas de Beijing, na China.
Ao lado de James Clark, da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, e um grupo internacional de pesquisadores, Xu descreve na edição desta quinta-feira (18/6) da revista Nature a descoberta de um “elo perdido” que pode ajudar a esclarecer a questão. Trata-se de um fóssil de um terópode herbívoro, pequeno e primitivo que viveu há cerca de 159 milhões de anos e foi encontrado no vale de Junggar, no oeste da China. O dinossauro tinha quatro dedos: um primeiro dedo bastante reduzido ao lado de outros três bem mais desenvolvidos.
Segundo os autores do estudo, a evolução de mãos para asas envolveu alterações complexas nos pulsos e dedos, e o fóssil descoberto fornece uma pista de como tais mudanças ocorreram.
O estudo demonstra também que os dinossauros terópodes eram mais diversos ecologicamente durante o Jurássico (de cerca de 199 milhões a 145 milhões de anos atrás) do que se acreditava até então.
“Essa descoberta é realmente empolgante, pois ela muda o que achávamos que sabíamos sobre as mãos dos dinossauros”, disse Xu sobre o dinossauro ao qual deram o nome Limusaurus inextricabilis. O animal tinha bico e era desdentado. A ausência de dentes, braços curtos sem garras afiadas e a presença de moela indicam que se tratava de um herbívoro, apesar de ligado aos dinossauros carnívoros do período. Os dinossauros terópodes teriam perdido dois dedos durante o curso da evolução, ficando com os três internos. De modo semelhante, embriões sugerem que as aves atuais perderam também dois dedos, só que ficaram com os três do meio. Diferentemente dos demais terópodes conhecidos, o limussauro teve seu primeiro dedo reduzido e o segundo aumentado. Ou seja, mais próximo das aves atuais do que os outros dinossauros. O limussauro é o primeiro ceratossauro encontrado no leste da Ásia e um dos mais primitivos membros conhecidos do grupo. Ceratossauros eram terópodes que muitas vezes tinham cristas ou chifres, além de ausência de garras.
Entre as descobertas feitas por Xu e colegas no vale de Junggar estão o mais velho tiranossauro (Guanlong wucaii, o mais velho dinossauro com chifre (Yinlong downsi) e o estegossauro Jiangjunosaurus junggarensis.





Limusaurus inextricabilis pequeno e primitivo que viveu há cerca de 159 milhões de anos , um elo que pode esclarecer sobre a evolução das aves

O artigo A Jurassic ceratosaur from China helps clarify avian digital homologies, de Xing Xu e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em (http://www.nature.com/)

Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10652/divulgacao-cientifica/dedos-da-evolucao.htm

Créditos: Agência FAPESP

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Machos geneticamente melhores não são bons reprodutores

Machos com maior qualidade genética não se dão tão bem na hora de ter filhos. Diferentemente do que se imaginava, são aqueles geneticamente menos favorecidos que acabam vencendo a corrida pela fecundação. A conclusão está em um estudo publicado na edição desta sexta-feira (26/6) da revista Science, feito por cientistas da Universidade de Uppsala, na Suécia, e da Universidade de Aarhus, na Dinamarca. Na maioria dos animais, as fêmeas procuram cruzar com vários machos em um mesmo período, ainda que uma simples relação possa ser suficiente para fertilizar seus ovos. As fêmeas fazem isso apesar de a poliandria implicar um custo maior, como o risco de contrair doenças sexualmente transmissíveis. Estimava-se que esse comportamento se daria porque, dessa forma, as fêmeas poderiam escolher entre vários parceiros aquele que tivesse os espermatozóides com melhor qualidade genética. No novo estudo, o sueco Göran Arnqvist e colegas testaram essa teoria com besouros minúsculos da espécie Callosobruchus maculatus (o popular caruncho-do-feijão) e verificaram que ela não se confirmou. As crias tinham também menor qualidade genética. Os cientistas observaram que os machos com maior taxa de paternidade eram justamente aqueles geneticamente mais desfavorecidos. “Os resultados apontam que os genes que são bons para os machos podem frequentemente ser ruins para suas parceiras. Em besouros, pelo menos, a poliandria não recompensa as fêmeas com benefícios genéticos”, disse Arnqvist. Segundo o estudo, a explicação para a escolha por parte das fêmeas pode ser por conta de um conflito entre alelos “sexualmente antagônicos”, que são benéficos para um sexo mas maléficos para o outro.
O artigo Postmating sexual selection favors males that sire offspring with low fitness, de Göran Arnqvist e outros, pode ser lido por assinantes da Science em (http://www.sciencemag.org/)
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br/materia/10692/divulgacao-cientifica/melhores-machos-tem-menos-filhos.htm
Créditos: Agência FAPESP